Este caixote que me
enforca,
estas lâminas
invisíveis consumidas pelo fogo,
a entranharem-se
neste corpo amorfo,
e sinto os espelhos
que habitam no meu cabelo a comerem as vozes da noite,
este caixote é uma
prisão com grades de granito,
e dentro de mim,
solta-se o grito,
uma revolta a
alicerçar-se no luar,
antes da insónia
abrir a janela dos sonhos,
Este caixote
disfarçado de beijo,
estes tentáculos
enrolados no meu pescoço,
que... que não me
deixam respirar,
comer...
ou fumar,
Este caixote
construído de sombras,
esta garganta
iluminada pelos sons das melódicas cigarras,
este estúpido
caixote, este parvalhão sorriso a escorrer calçada abaixo...
E... e acaba por
morrer no mar,
este caixote de
amar,
que me enforca, que
me seduz... e ao mesmo tempo... e ao mesmo tempo me enlouquece,
como uma criança
sem pátria,
como uma árvore sem
terra,
sol...
este caixote que me
enforca,
e escreve no meu
corpo...
ADEUS, ADEUS...
ADEUS!
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Terça-feira, 24 de
Junho de 2014
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