Este poeta que vive
no meu corpo,
este poeta que
escreve nos meus seios, acaricia-me nos sonhos com tentáculos de
insónia,
sussurra-me ao
ouvido melodias intemporais, desenha em mim os silêncios da noite,
embriaga-se no meu
corpo, e escreve, e sonha, e deseja-me...
Nunca fui desejada!
Olhava-me no espelho
e via uma sombra gélida, com olhar de geada adormecida,
tinha nos meus
braços o teu sorriso,
a tua boca,
Nunca fui penetrada!
Este poeta que vive
no meu corpo,
habita num cubículo
de areia,
chora,
e grita,
sorri, às vezes,
não sorri... quando tem na mão a caneta da poesia,
veste-se de gaivota
e poisa nos mastros mais secretos do rio da revolta,
chora,
e grita,
grita em mim as
garras da paixão,
sou eu, sou eu...
meu amor!
Seu eu que te ama,
sou eu... o poeta
sem gravata, o poeta apaixonado, o poeta dos rochedos anónimos.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sábado, 31 de Maio
de 2014
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