segunda-feira, 21 de abril de 2014

Luar


Hoje, tu, não estavas,
provavelmente tinhas partido, sem uma carta de despedida, sem um desenho esquecido na parede do quarto,
percebi que os nossos lençóis não tinham o teu perfume,
olhei o espelho do guarda-fato... e apenas uma poeira de néon, nada mais...
o teu rosto das noites imaginárias tinha voado,
abri a janela... e pareceu-me ver o teu corpo naufragado, sem voz, sem pétalas azuis,
hoje, tu, hoje tu não estavas,
e o meu relógio de pulso não cessou de girar... girar, girar... como eu, em volta do Luar.


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 21 de Abril de 2014

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