foto de: A&M ART and Photos
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Sabíamos que o tempo era um conceito
restrito, ambíguo... talvez... talvez em fatias de tristeza,
sabíamos que apesar das equações de
Einstein estarem correctas, talvez... mas não, nada aconteceu,
nada,
e tudo, e tudo se perdeu,
apenas em poucos segundo, apenas...
apenas fingindo que havia madrugada,
Apenas...
nada,
como sílabas engasgadas na boca da
tempestade, uma nuvem suicidada, morreu...
e nada,
nada como dantes... talvez... talvez
tivéssemos tempo de fugir, escondermos-nos nos vagões de aço,
Talvez...
um abraço,
um beijo,
talvez... talvez fossemos hoje os donos
de todos os Oceanos,
e de todas as marés,
Mas...
mas nada aconteceu,
e talvez,
talvez... houvesse uma ténue luz no
teu olhar,
mas não, tudo, mas tudo ficou no
mar...
Sabíamos que um dia chegaria noite,
e que essa noite era construída de
pedacinhos papel,
e talvez, novamente, regressassem as
sanzalas e todos os musseques,
e talvez, talvez hoje estivéssemos
sentados nas sombras dos embondeiros com lábios de amar...
talvez, apenas... uma saudade
pertencente a ti.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Terça-feira, 4 de Março de 2014
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