domingo, 10 de novembro de 2013

ofegantes dedos de cristal nas plumas do cansaço

foto de: A&M ART and Photos
os pigmentos da sinceridade desfazem-se nos meandros seios de espuma das andorinhas em flor
oiço-as vorazmente sem o saber
as canções melódicas das Princesas com vestidos de prata
os pigmentos olhos da mulher impregnada de insectos e palavras adversas
escondem-se
e mergulham nas algas salgadas dos campos de maré agoniada como papeis emagrecidos nas tendas do circo ambulante
sinto-os correr nas travessas dos carris do aço abraço
e acorrentam-se-me como se eu fosse um barco naufragado
fundeado no teu peito em arbustos artificiais como o era a tua boca transversal
e desconexa
ofegantes dedos de cristal nas plumas do cansaço avião invisível em pequenos desenhos de granito
e imaginas-me vagueando mendigos nas ruas de uma cidade sem lei
da cidade dos tristes corações de pedra...
sou forçosamente obrigado a suicidar-me pelas palavras que escrevo
e detesto quando acordam as manhãs de Domingo...
e não encontro os óculos
e não encontro a tua mão para me guiar até às escadas do silêncio


(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 10 de Novembro de 2013

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