foto de: A&M ART and Photos
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os pigmentos da sinceridade desfazem-se
nos meandros seios de espuma das andorinhas em flor
oiço-as vorazmente sem o saber
as canções melódicas das Princesas
com vestidos de prata
os pigmentos olhos da mulher impregnada
de insectos e palavras adversas
escondem-se
e mergulham nas algas salgadas dos
campos de maré agoniada como papeis emagrecidos nas tendas do circo
ambulante
sinto-os correr nas travessas dos
carris do aço abraço
e acorrentam-se-me como se eu fosse um
barco naufragado
fundeado no teu peito em arbustos
artificiais como o era a tua boca transversal
e desconexa
ofegantes dedos de cristal nas plumas
do cansaço avião invisível em pequenos desenhos de granito
e imaginas-me vagueando mendigos nas
ruas de uma cidade sem lei
da cidade dos tristes corações de
pedra...
sou forçosamente obrigado a
suicidar-me pelas palavras que escrevo
e detesto quando acordam as manhãs de
Domingo...
e não encontro os óculos
e não encontro a tua mão para me
guiar até às escadas do silêncio
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 10 de Novembro de 2013
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