foto de: A&M ART and Photos
|
entranhava-me nos teus indefinidos
sorrisos
quase como um espelho com vida
que sofre
ama
e odeia a madrugada depois da despedida
entranhava-me nos meandros castanhos
das tuas janelas de vidro
quando poisavas os cotovelos num
peitoril embriagado
sofrido
cansado
dorido...
entranhava-me todo eu em ti
nuvem percebida das palavras
encurraladas no corredor da solidão
vem a insónia e me diz
… você meu amigo
você é louco como as tempestades dos
cristais sonolentos em manhãs endiabradas
em teus corpos endurecidos
embalsamados
esqueletos dentro do armário sem vida
suicidado num dia de neblina
indiferente às coisas belas que
habitam o Outono
entranhava-me no sono dos teus
indefinidos sorrisos
fotografava-te com um cintilante olhar
ser amante
companheiro
poeta
jardineiro...
infeliz
feliz
as palavras escritas nos teus seios
mórbidos sem fumo nem cigarros
sem claridade nem fulminantes beijos em
lábios de esferovite
entranhava-me
e desentranhava-me
comia
descosia
e dormia jurando que não te sentia
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quinta-feira, 24 de Outubro de 2013
Sem comentários:
Enviar um comentário