foto de: A&M ART and Photos
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Éramos comestíveis como as ervas
junto à ribeira
e tínhamos nas mãos o sabor do
cansaço
e da dor oferecida pelo mendigo
entardecer,
Éramos dois corpos voando sobre a
cidade dos Deuses
ancorávamos algumas vezes
sobre as árvores em delírio que
sobejavam das finas lareiras do desejo...
e sonhávamos com porcelanas beijos
que viviam na madrugada,
Éramos comestíveis como as ervas
junto à ribeira
e tínhamos um coração de papel
onde escrevíamos as palavras em
segredo,
Gritávamos como os pássaros
e amávamos como as ervas
comestíveis...
éramos dois círculos de vidro
em osciladas rotações em cima dos
barcos enferrujados
éramos e tínhamos um cais em madeira
para aportarmos...
vivíamos construindo o amor com
pequenos paus espalhados pela floresta
e quando nos sentávamos debaixo da
nuvens cinzenta
sentia-te nos meus braços de sisal...
éramos o mar com a areia branca
e de ondas navegantes... e de lábios
cor de amêndoa.
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 19 de Agosto de 2013
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