foto de: A&M ART and Photos
|
... e ardes como pedaços de papel
sobrevoando a poeira madrugada dos livros envenenados...
o putrefacto poema vagueia como
infinitos gemidos suspensos na árvore do desejo
dormem como cadeiras vazias as lâmpadas
húmidas do corpo teu mergulhado em sons melódicos
ardes como os beijos
que nascem nos lábios do amanhecer,
Amor mergulhado em silêncio poeira que
a insónia deixa nas flores com esqueleto de pedra...
uma mão traiçoeira sobe
cuidadosamente os degraus da manhã de porcelana
… e ardes
como invisíveis sílabas na lareira da
fome
ou de uma janela o cansaço viver como
cordas de nylon em pingos de sémen,
Oiço-te na sonolenta despedida do
calendário de parede
e ardes...
como pequenas palavras em suor teus
seios de ébano
percebo o teu olhar entre as cinzas da
lareira nocturna...
nas flores com esqueleto de pedra
encarnada,
… e ardes
dos livros envenenados...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sem comentários:
Enviar um comentário