foto: A&M ART and Photos
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Não estarei cá sem que eu perceba a
latitude do amor
e a longitude da paixão...
começo a recear a altitude do desejo
contra as montanhas com flores de
sorriso encarnado
quando perfumes de gotículas de poemas
rompem a madrugada
e
e alicerçam-se nos tentáculos das
melodias como palavras embainhadas por mim
e em ti
de ti
os outros sonhos das coisas quadradas
fingindo-se de círculos apaixonados pelo silêncio
e de mim
sempre a embriaguez dos olhos na
penumbra dos cortinados de vento,
Vou agora partir
sem sentir as outras navegantes
liberdades ao amor dos peixes
dentro do meu aquário de aço
e tubos de refrigeração até
encontrar os corações que escondem o mar
vou sem sentir do meu aquário
imaginando pratos de porcelana pintados
com papel de incenso,
Vou e não vou e talvez um dia...
regressar para os braços das árvores
com pássaros pernaltas
cabeças cansadas de viver no mundo dos
luares
oh... nocturnas mãos de sexos
internacionais como os livros em edição de autor
empilhados sobre a mesa dos guindastes
enferrujados...
Fumo-te engasgando-me nas persianas de
plástico
quando das ruas emergem as sentinelas
de pano
usam lenços amarelos no fino pescoço
doirado
que o ourives das coxas loiras
deixou escorregar no jardim das
clarabóias.
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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