foto: A&M ART and Photos
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Acreditava no silêncio
e perguntava-me porque todos os
ausentados
esqueciam as pequenas rochas às
palavras acorrentadas em pedaços sofrimentos
entre aços veleiros e panos
transparentes suspensos sobre a cidade das colmeias adormecidas,
Acreditava na madrugada
quando eu próprio mergulhava nas suas
garras como um vampiro desalmado
triste
cansado,
E mesmo assim eu acreditava
no silêncio
nas palavras
e nos muros de vedação,
Acreditava no betão
e nos telhados de areia
nas nuvens e na chuva miudinha dos
Sábados à tarde...
… acreditava que o teu corpo era uma
fina folha em papel crepe,
Distante
fundida como as lâmpadas da sala de
jantar com pratos embriagados
e talheres roubados
da mesa de um ricaço qualquer...
Acreditava como serpentes em madeira
correndo no corredor da vizinha
e do apartamento ao lado
eu acreditava nas imagens negras em
sabão clarim...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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