foto: A&M ART and Photos
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Entranho-me entre palavras ditas
parvas ruas começando na alvorada
nunca
terminando
vivendo debaixo do tecto da madrugada,
Sofrendo as palavras mortas
dor
como a chuva de Maio às esplanadas de
suor
teu nosso corpo mergulhado na noite
e existem as palavras entre espelhos de
porcelana,
A cama treme
o frio
a febre
teus meus braços fixos no leme da
saudade
como um carvalho olhando o Douro da
montanha apodrecida,
A mendiga mão que os teus olhos comem
sofrem
bebem as hóstias destinadas ao prazer
do sémen encardido sobre os vidros de cor
que as ditas palavras
deixam sobre o orgasmo nocturno das
bocas sofridas,
Mato-me conforme o prometido
quando absorvi o teu corpo de gesso
o teu corpo... de vidro
em cor
com dor...
sofrido.
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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