foto: A&M ART and Photos
|
um fino esqueleto de poeira
saber-se-à como palavras de solidão
submersas em ténues jejuns de insónia
o circular olhar da nuvem sem nome
que o vento come
os finos e esquisitos silêncios que
absorvem os teus pequenos seios
quando se passeiam pelas ruas junto ao
Tejo,
havíamos de construir um barco das
palavras nunca prenunciadas
por medo
tédio
ou ventos inventados
como caranguejos sebentas de papel
esbranquiçado entre mil riscos
que uma caneta de tinta permanente
derrama sobre um peito de aço,
um simples fino esqueleto de areia
moliceiro cansaço da manhã tempestade
do desejo
quatro letras suspensas numa janela de
salitre
e dizíamos-nos engraçados descalços
e pendurados nas árvores da Madragoa
e no entanto morríamos entre ruas e
casebres
e bares de Lisboa...
@Francisco Luís Fontinha
Sem comentários:
Enviar um comentário