foto: A&M ART and Photos
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Subo até desistir de caminhar sobre
cobertores
e finos espelhos de aço
subo teu corpo meu poiso ancorado
sabendo que em cima da cúpula cúbica
uma raiz quadrada morre e cai...
e subo e desço e sento-me sobre as
linhas rectas do desejo,
Procuro e busco beijos tridimensionais
beijos em lábios triangulares
como um sótão solitário debaixo do
céu
um bocadinho acima da saudade cidade
entre esparsas lágrimas e panos
margaridas,
Subo
e desces por mim até chegares ao
terminal número cinco
faixa três primeiro andar esquerdo na
rua dos pilares de areia...
e desço sobre ti
como descem as madrugadas nas pálpebras
cinzentas das tuas mãos,
Sou um imbecil programado
iletrado e desalinhado como os
parafusos das dobradiças do teu púbis montanha de peixe
e conversávamos sobre poemas de leite
e conversávamos...
as minguas cavidades sombrias das
frestas do delírio que a noite desenhava em nossos corpos de maré
revoltada,
E línguas de xisto derramavam sobre os
teus seios em socalco
subtis palavras em pedaços de terra
adormecida na esplanada do abraço
e a deleitada manhã ensanguentada
pelos carris de uma paixão invisível
e talvez impossível de desenhar
evapora-se dentro da tua doce boca com
sabor a naftalina...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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