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Talvez um dia, mas hoje não, hoje não posso amor,
Hoje estou em alerta vermelho e o mar está revoltado, provavelmente
só comigo, entranha-se-me no peito, arrepia-se-me como os arbustos
quando nos deitamos, clandestinas as noites inventadas pelo gago, e
que não, hoje não
Não sei,
O fruto está maduro, e eu saliento que hoje estou
em Alerta Vermelho, rabugenta, alguns enjoos, matinais e diurnos,
comprimentos de onda, a distância
Entre dois enjoos sucessivos,
A terra enrola-se na língua do mar, e o fruto
pertence ao gago de barbas compridas sem ondas de enjoos, é
necessariamente e não precisamos da Justiça para percebermos que o
fruto pertence a quem o colhe, ponto final, paragrafo, travessão
(Tinha nos lábios um fio de espuma que me
recordavam os parêntesis curvilíneos das plantas carnívoras do
jardim das almas mortas, na boca coabitava um gosto indefinido,
espesso, possivelmente amargo e ao mesmo tempo, triste, e cansados
acordávamos de madrugada com a boca encharcada de vodka e esqueletos
de cigarro depois de esquartejados pelo gago de Alcântara, e ao
longe
A ponte a entrar-nos quarto adentro, como as moscas
de cinco patas que vimos no festival de música, sem percebermos que
estávamos dentro de um cubo frio e doce),
Na boca coabitava-nos um gosto indefinido, espesso,
possivelmente amargo e ao mesmo tempo, triste, e cansado como as
metáforas crianças das histórias de adormecer, ouvíamos o gago
galgando as ruas à procura da ponte dos sonhos - Por porpor
fafavoror ondonde fica a re reretreettete, e tínhamos descoberto o
amor, as palavras de amor, as flores, as flores de amor, a chuva, de
amor
Entre dois enjoos sucessivos,
E diziam-nos que muitos Alertas Vermelhos provocam
E ao longe sabíamos que dentro de nós tínhamos um
fio de espuma como os parêntesis curvilíneos das plantas carnívoras
do jardim das almas mortas, e provocam
Provocam o vicio da leitura, e provocam enjoos, dois
diários, como os submarinos invisíveis que os gagos da cidade dos
E delas verdadeiros poemas com sabor a gotinhas de
suor no nu corpo de uma mulher, qualquer mulher é bela, todas são
belas, esbeltas, perfumadas, como todas as flores, também elas, e
todos os poemas, também eles, belos, todos, e cansadas como os
frutos das areias em flor,
Dos
Em flor,
Por porpor fafavoror ondonde fica a re
reretreettete,
Ao fundo do corredor vira à esquerda, desça
sorrateiramente as escadas de madeira, e
Cidade com jardins de almas mortas onde viviam
plantas carnívoras com dentes de prata, a cidade aos poucos
escurece, deambula, escura manhã de Inverno, e aos poucos,
evapora-se e morre,
E na quarta porta onde diz escritório É lá a
retrete, não tem nada que enganar,
E dá factura?
Claro, dá factura, dá enjoos e tonturas, e não, e
nunca esquecer os gemidos roubados do rio com cinco cacilheiros no
estômago e um petroleiro no fígado
É da vodka diagnostica o doutor parafuso sem a
ajuda de meios auxiliares de diagnóstico, enquanto o colega gago diz
que devem ser pedras no rim central porque o petroleiro parece
inclinado para a direita três pequenos graus de vento, sem sabermos
que na enfermaria onde estão os cacilheiros e o petroleiro também
temos a presença do louco homem de barba branca e cabelo encarnado
que num ápice pergunta-nos
Por porpor fafavoror ondonde fica a re
reretreettete, e todos respondemos
Ao fundo do corredor vira à esquerda, desça
sorrateiramente as escadas de madeira, e
E nunca se esqueça de inserir a moeda na ranhura.
(texto de ficção não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
Alijó
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