Abandonas-me como se eu fosse um
pássaro
que de dentro de uma gaiola
ouve docemente as palavras do amor
em amar
às coisas belas que as estrelas
semeiam nas mãos da Cinderela paixão
do amor
em amor
tua minha cansada noite de solidão,
abandonas-me como se eu fosse as
singelas palavras
voando sobre os telhados de vidro que o
desejo constrói em tua cidade
não há ruas simples e perfeitas
nos olhos envenenados pelo medo
um boneco torna-se em vida humana
quando do muro pincelado de amarelo
acorda a revolta que os teus lábios de
seda
desenharam nas pedras frias da calçada,
abandonas-me
que de dentro de uma gaiola
das tardes sobejam os desassossegados
braços das rectas paralelas
e no infinito
misturada com as sílabas
as vogais de açúcar
que o bolo do amor
deixou sobre a mesa.
(poema não revisto)
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