Sou
uma rocha,
Que
dispensa o sono,
Plantam-se
rosas no seu sorriso,
Gritam-se
silêncios de revolta,
Entre
paredes amarelas e sem juízo,
Sentado
no trono,
Correndo
pela seara,
Sem
ninguém à volta,
Sem
ninguém no terreno,
Sou
uma rocha,
Aquela
palavra proibida,
Suspensa
no livro sereno.
Sou
tudo aquilo que possam imaginar,
Desde
pedra a foguetão,
Desde
verso a palavra envenenada,
Desde
o mar,
À
triste canção.
Sou.
Muros
de xisto olhando o rio,
Cansaço,
O
frio,
Sou
socalco maltratado,
Corpo,
Ferro,
Enxada
calcinada na sombra do Senhor,
Sou.
Sou pedra.
Palavra
desejada.
Enxada,
Veneno
da madrugada,
Sou
rocha,
Sou
tudo,
Não
sou nada.
Francisco
Luís Fontinha
14/06/2020