sábado, 12 de março de 2016

Triste verso


O não, só!

O eu, no não, também ele, só…

E o ó

Do nó

Entre marés de Inverno

E desejos de Inferno

Levante-se o alfabeto

O avô

E o neto

Levante-se o réu

E o sofrimento

Do Céu

Quando alguém cai

E tomba no pavimento térreo

Sem tempo

Volta a cair

Ai…

O vento

Nos teus lábios a sorrir

STOP. FIM. Até breve… no meu regresso

Sem acesso

Ao sítio mais escuro do Universo

Deixo, deixo-te…

Este triste verso.

 

Francisco Luís Fontinha

sábado, 12 de Março de 2016

quinta-feira, 10 de março de 2016

Apressadamente


Caminho apressadamente

Para os teus braços invisíveis

Regressa a Primavera e depois o Verão

E nós sem amanhecer

Nem vontade

De desenhar a alvorada no chão…

O teu corpo sente

O meu corpo mente

Velozmente

As palavras de escrever

Caminho apressadamente

Com vontade de te ver

Sentir em mim o sentir

No brincar das tuas mãos em liberdade

Com o poema de sorrir…

Caminho

Caminho apressadamente

Como um livro a fugir

Da fogueira do adeus

E do vento

E da chuva

E do beijo a cair

Sobre os lençóis da madrugada

A penumbra espuma

Saltitando à janela

Sem bruma

Nem desejo que segure nela…



Francisco Luís Fontinha

quinta-feira, 10 de Março de 2016