domingo, 21 de junho de 2015

Incógnita de uma equação sem solução


Tenho medo de me sentar na esplanada

Junto ao mar,

Tenho medo de me apaixonar,

Pelo mar,

Pela madrugada vestida de mar,

Tenho medo dos sorrisos

E do luar,

Da noite,

Do dia vestido de noite,

Medo,

Medo de caminhar sobre as ervas daninhas e belas,

Medo das ervas menos belas,

E das estrelas

Em forma de velas,

Os barcos cruzam-se nas minhas veias,

Não têm marinheiros,

Mulheres a bordo,

Imagens de cadáveres espelhados

Na sombra da tarde,

Preparo-me,

Sem saber do que tenho medo,

Mas tenho medo do teu olhar…

Vestido de saudade.

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Domingo, 21 de Junho de 2015

São horas de matar o mar...


São horas de a cidade adormecer nos teus castrados lábios,

São momentos de esquecer

Os veleiros embriagados,

Sós no Tejo envenenado,

Sós no Tejo… desesperado,

São horas de te amar

Sabendo que és uma equação sem solução,

Um círculo de luz…

Desce a noite,

E

E esconde-se num qualquer coração de areia,

Entra na veia,

A saudade,

O silêncio desmedido depois de acordar,

São horas,

São horas de matar

O mar…

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Domingo, 21 de Junho de 2015