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segunda-feira, 13 de agosto de 2012
Nuvens de vidro
Uma nuvem de vidro
em lábios amores
à procura de palavras
e tenras flores
uma nuvem sem sentido
de vidro cansado e triste
às palavras sem sorriso
na maré que resiste
uma nuvem de vidro
à janela da madrugada
em lábios amores
amores de nada.
domingo, 12 de agosto de 2012
Eternamente belas as flores de papel
Eternamente belas
as flores de papel
que pintei no tecto do bairro (Madame Berman, Luanda)
entre as mangueiras solitárias
e o triciclo de madeira
suspenso nas frestas da saudade
e todas as noites regresso
e do portão de entrada
oiço as garças em silêncio no estuário do Tejo
e os barcos de xisto em desassossego para me encontrarem
e não percebem que morri
porque desisti das flores de papel
desisti do tecto do céu
e das esquinas onde me sento na cidade sem nome
desisti das portas invisíveis
onde todas as noites
construo milhares de flores de papel
desisti dos cigarros
e das garrafas de vodka
e vivo numa seara de livros
velho
entre quatro paredes em ruínas
nas crateras dos quintais do bairro sem sossego
das noites de abelhas sem desejo
nas clarabóias da insónia...
as flores de papel
que pintei no tecto do bairro (Madame Berman, Luanda)
entre as mangueiras solitárias
e o triciclo de madeira
suspenso nas frestas da saudade
e todas as noites regresso
e do portão de entrada
oiço as garças em silêncio no estuário do Tejo
e os barcos de xisto em desassossego para me encontrarem
e não percebem que morri
porque desisti das flores de papel
desisti do tecto do céu
e das esquinas onde me sento na cidade sem nome
desisti das portas invisíveis
onde todas as noites
construo milhares de flores de papel
desisti dos cigarros
e das garrafas de vodka
e vivo numa seara de livros
velho
entre quatro paredes em ruínas
nas crateras dos quintais do bairro sem sossego
das noites de abelhas sem desejo
nas clarabóias da insónia...
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