terça-feira, abril 01, 2025

Na mão de um olhar

Na mão de um olhar um outro olhar, da noite de ontem, outra nova madrugada quase noite, quase tudo,

Quando ontem,

Era quase nada.

Na mão de um olhar um outro olhar do silêncio também ele,

Quase mar,

Quando ontem

Era só uma lágrima de chorar,

Hoje

É lágrima de luz

E é,

Sonhar...

Na mão de um olhar, o teu olhar

Quase chuva, depois foi a lua noite que não estava a pensar em fogo, e quase nua, quase

Quase palavra, depois do silêncio o

O rio que voltará a correr para o mar.


a tua boca, que procuro por entre este amontoado de livros

a tua boca, que procuro por entre este amontoado de livros, e que tanta coisa encontro, não tenho a tua boca que no meio de todos estes livros

brinca com os meu poemas.


à tua boca, se eu esta noite a encontrar, vou desenhar beijos, vou escrever palavras,

vou dizer aos teus lábios que quase o sol brilha em cada manhã acordada,

que quero a tua boca,

quando a encontrar…

na minha madrugada.


a tua boca, que procuro por este amontoado de livros, e que depois do sono, que depois

do silêncio,

que depois da tempestade,

nasce o sol e cada janela do teu olhar

é uma planície de girassóis à procura do mar, como eu procuro

a tua boca, neste amontoado de livros.



Há muitos anos, tínhamos um aquário na cozinha. Depois, a minha mãe chateou-se com os peixes, e deixamos de ter o aquário.
Comecei a sentir a falta do aquário, mas com o tempo, como tudo na vida, deixei de pensar nele, e de o ver.
Agora na mudança de casa encontrei o aquário. E cá está ele pronto a ter peixes e a funcionar…, e vai fazer-me bem todas as manhãs dar de comer aos peixes.
Só que em Alijó não há peixes de aquário à venda.

Quase janela para o teu corpo

Era manhã quase janela para o teu corpo, era mar, e era o sono, quase dia,

No teu olhar.

Era sopro e mediatriz de um desejo, foi criança, foi o fogo silêncio que estava na mão do poeta,

Foi a chuva e mesmo assim, era manhã nos teus lábios de mel, 

Quase janela para o teu corpo...


Todos os fantasmas são agora apenas cinzas, coisas sem insignificância, como as ervas daninhas.

Agora, é aproveitar o sol e o acordar de um novo dia…

De um novo olhar, de uma nova primavera!



um pouco mais de azul

um pouco mais de azul se do silêncio teu cabelo, uma nuvem de cianeto sobrevoar as primeiras lágrimas da manhã,

é quase o vazio, quase o sorriso de um rio

o pão com manteiga, quase o café esquecido sobre a mesa

um pouco mais de azul a lápide onde escrevo o meu nome, do sítio de onde parti, e que desejo regressar…, um dia, um pouco mais de azul.


um pouco mais de azul das estrelas do teu olhar, nas marés vivas que assombram os teus lábios,

e que quase

ofuscam o luar.


e que quase, com um pouco mais de azul, se do silêncio teu cabelo se reescrever um poema, é insónia

um pouco mais de azul se dos teus olhos se abrirem todos os girassóis do campo granjeado, 

pincelado pelas mãos de uma criança.

um pouco mais de azul, o dia… e a esperança.


segunda-feira, março 31, 2025

Se o vento vier

Se o vento vier, que traga mais vento,

Que se levante do desconhecido outro vento, que se ele vier, uma janela se abra, e tão perto o mar,

E tão longe o destino de uma flor que foi criança e que agora, é dor

E é outro mar...

Se o vento vier, que traga mais vento,

E muitas palavras do poema luar,

Que seja então um outro vento

E outro,

Amar.