domingo, 21 de julho de 2024


 

 

Todo o filho tem como herói, o seu pai.

Também eu tive e tenho, um herói, o meu pai.

Não me foi fácil crescer e ter de partilhar o meu pai com os outros; com os bombeiros e com aqueles que precisavam de ajuda.

Reconheço que não foi fácil aprender a repartir o meu pai, mas hoje sei que ainda existem bombeiros e bombeiras, que viam o meu pai como um segundo pai.

Foi um dia feliz e sentido. Emocionado, mito e contente, por terem condecorado a título póstumo o meu pai.

E dizer que fiquei muito sensibilizado, quando vi que uma bombeira tem no bolso da farda o papelinho do obituário do meu pai; recordarei este momento.

Muito obrigado à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alijó, à Direcção, ao Comando e Corpo Activo.

Obrigado a todos.

São as tuas mãos a encarnação da Primavera, são as tuas mãos, a galáxia e o afagar do meu rosto,

São os teus beijos nas costas, antes de cerrares os olhos,

No leito em desejo.

 

São as tuas palavras, quando me apetece esconder da multidão, que me acalmam, que me dão esperança

De pegar na tua mão, e de sonhar,

E de amar-te sabendo que sempre que eu precisar

 

Me abraças, me dás o mar.

São as tuas mãos, o primeiro carinho do amanhecer

Depois da noite voar

 

E poisar nos teus olhos. São as tuas mãos, o semear em mim

A alegria de voar,

E deixar um beijo, no teu travesseiro.

o esperma em migalhas sobre a mesa, um tesão de insónia irrompe pela vagina do silêncio, gemes. cada toque é um som melódico que dispara o sono contra a lareira dos sentidos.

o prazer, desenha lágrimas no teu rosto inventado numa porção de mar, sussurro-te ao ouvido, amo-te. a noite, abraça-nos

a noite come-nos com a sua boca de prazer, o teu corpo é a maresia diáfana que todas as noites mergulha nos meus braços, são de mil cores as estrelas dos teus olhos, oiço-te sussurrar também, amo-te

depois, depois poisas a cabeça no meu peito, silenciosamente distante das luzes da rua, e dormes dentro de mim.

sábado, 20 de julho de 2024

Sonho-te, a cada noite vaginal. Sonho-te na constante cintilação dos pássaros, e das flores comestíveis, e das manhãs

Sonhadas.

Sonho-te e entranho-me no teu ventre, nas tuas coxas. Sonho-te acreditando que só a tua mão sabe amansar a minha fúria, e a minha tristeza. E fazer-me sorrir!

 

Sonho-te acariciando cada um dos teus mamilos, ó alegria das profundezas da noite e do prazer, sonhando-te, entro dentro de ti a cada minuto

De desejo. Desejando-te. Sonhando-te.

 

Sonho-te.

Sonho-te quando uma fina película de sémen se esconde na tua pele, na tua sombra, a cada sonho

A cada momento, sonhado,

A cada noite entranhada em ti, dos teus uivos

Um sorriso desenhado no teu rosto.

 

Que eu te sonho, tanto!

conversas vaginais, algumas bugigangas e coisas inúteis, que se vendem na rua

o sono esconde-se nos teus mamilos, a maré em desejo traz a urja, cabeça boiando sobre a praia,

 

um gemido, teu, ergue-se até ao céu

mais parecendo um foguetão de areia

do que um uivo de prazer, quando gemes porque o poema tem o orgasmo nos teus olhos,

 

estrelas, estrelas de sémen percorrem as tuas coxas, rio envenenado

à procura do mar

 

no mar da tua vagina. sítios são arbustos

semeados na tua mão,

quando os teus lábios me beijam.

sexta-feira, 19 de julho de 2024

 

Há uma película fina de água fresca sobre o teu rosto, enquanto dormes.

Há uma lâmina de desejo, nos meus olhos, enquanto dormes.

Há uma canção do teu respirar nos lábios de um girassol, enquanto dormes.

E eu pareço um menino em calções, sentado à beira-mar, enquanto dormes.

Há um verbo que passeia no teu rosto, enquanto dormes, enquanto te olho.

Há uma manhã que te espera, enquanto dormes,

E enquanto te beijo, e depois te olho!

Deixa cair a chuva no teu corpo, que o vento nunca roube o teu cabelo, que o vento, nunca leve as estrelas dos teus olhos.

Deixa cair a chuva na tua pela, enquanto vou aprisionando barcos em S. Martinho do Porto, e depois

 

E depois coloco-os em fila, no corredor. Deixa cair o desejo, na cama de um hotel, com janela, para o mar.

Deixa cair a chuva no teu corpo, e no meu desejar…

Desejar-te.

 

Deixa cair a areia nos teus pés, e saltita, e brinca, no meio das crianças

Que saltitam, que brincam, fitando as ondas do mar.

 

Deixa cair o silêncio nos teus lábios, enquanto eu olho aquela duna enorme, em frente a nós…

Enquanto eu desenho no pôr-do-sol a leveza das tuas mãos.