simetricamente encerrado
nas torradas e no chá com pimenta
às portas da urna de vidro
onde habita a saudade
a marquise doente
tosse febre rouquidão
(malditos cigarros)
lamenta-se o coveiro
levanta-se a urna de vidro
e pede um poema de menta
e um cinzeiro
(AI) ouve-se do interior da padaria
a menina de mini saia
a gritar
fujam fujam fujam...
há orgias
dentro da livraria
quem diria
(AI)
a livraria cansada
com mãos de página de revista
ou rolo de papel higiénico
fujam fujam fujam
quem diria
(AI AI AI)
quem diria
que um dia
dentro da livraria
eu ia
eu ia encontrar um livro em orgia.
terça-feira, 29 de maio de 2012
segunda-feira, 28 de maio de 2012
A loucura
Não sabia que a loucura
é um frasco de vidro com olhos verdes
que ama
loucamente
a paixão
não
não sabia
que em ti cresce poesia
melancolicamente
em alegria
geometricamente
suspenso no teu pescoço com asas azuis
e suspiros de prata
a loucura
um frasco de vidro com olhos verdes
(melancolicamente
em alegria
geometricamente
suspenso no teu pescoço com asas azuis
e suspiros de prata)
a fotografia do teu rosto cinzento
o frasco de vidro
desce ao silêncio do sono
uma fotografia com olhos verdes
a loucura transpira
emagrece
sorri e ri e liberta-se das tuas garras
(loucamente)
a paixão
sem amarras
a loucamente loucura
na tua mão
com olhos verdes
sem cancelas
portas
ou janelas
a paixão cresce
a paixão cresce e transpira
ou janelas
portas
sem cancelas
não admira
não sabia que a loucura
é um frasco de vidro com olhos verdes
que ama
loucamente
a paixão
ama
a paixão loucamente
nos lábios de uma gaivota
ama
ela
com ternura
eu não sabia
que a poesia
é um frasco de vidro com olhos verdes...
a loucura
sem ela
quando finge dormir dentro do mar
é um frasco de vidro com olhos verdes
que ama
loucamente
a paixão
não
não sabia
que em ti cresce poesia
melancolicamente
em alegria
geometricamente
suspenso no teu pescoço com asas azuis
e suspiros de prata
a loucura
um frasco de vidro com olhos verdes
(melancolicamente
em alegria
geometricamente
suspenso no teu pescoço com asas azuis
e suspiros de prata)
a fotografia do teu rosto cinzento
o frasco de vidro
desce ao silêncio do sono
uma fotografia com olhos verdes
a loucura transpira
emagrece
sorri e ri e liberta-se das tuas garras
(loucamente)
a paixão
sem amarras
a loucamente loucura
na tua mão
com olhos verdes
sem cancelas
portas
ou janelas
a paixão cresce
a paixão cresce e transpira
ou janelas
portas
sem cancelas
não admira
não sabia que a loucura
é um frasco de vidro com olhos verdes
que ama
loucamente
a paixão
ama
a paixão loucamente
nos lábios de uma gaivota
ama
ela
com ternura
eu não sabia
que a poesia
é um frasco de vidro com olhos verdes...
a loucura
sem ela
quando finge dormir dentro do mar
domingo, 27 de maio de 2012
e eu me encanto
(para ti)
Me encanta a tua voz poética
nas tuas palavras de sofrimento
me encantam as tuas mãos melódicas
quando regressa o vento
e eu me encanto
com os teus lábios de inverno
junto à lareira
me encanta o teu cabelo
(Loiro? Eu não sou Loira... eu sou Castanha!)
como se isso me importasse
porque me encanta a tua voz poética
e eu me encanto
com as noites de primavera
à lareira
a imaginar o teu cabelo
(Loiro Castanho, Castanho Loiro, Loiro Castanho, Castanho Loiro)
Me encanta a tua voz poética
nas tuas palavras de sofrimento
me encantam as tuas mãos melódicas
quando regressa o vento
tudo em ti me encanta
tudo de ti alimenta
o encanto de amar.
Me encanta a tua voz poética
nas tuas palavras de sofrimento
me encantam as tuas mãos melódicas
quando regressa o vento
e eu me encanto
com os teus lábios de inverno
junto à lareira
me encanta o teu cabelo
(Loiro? Eu não sou Loira... eu sou Castanha!)
como se isso me importasse
porque me encanta a tua voz poética
e eu me encanto
com as noites de primavera
à lareira
a imaginar o teu cabelo
(Loiro Castanho, Castanho Loiro, Loiro Castanho, Castanho Loiro)
Me encanta a tua voz poética
nas tuas palavras de sofrimento
me encantam as tuas mãos melódicas
quando regressa o vento
tudo em ti me encanta
tudo de ti alimenta
o encanto de amar.
sábado, 26 de maio de 2012
sexta-feira, 25 de maio de 2012
Norte
Preciso do norte
e na minha mão direita finge brincar o sul
preciso da montanha
e na minha mão esquerda o mar
a atormentar-me noite e dia
preciso do norte
e tenho o sul
deserto
entre cadeiras de vime
e chapéus de palha
sexos aos montes
nas janelas da algibeira
preciso do norte
e na minha mão direita
o abismo
e da minha mão esquerda
o sul que não me deixa adormecer
sem comprimidos
ou noites seguras
entre pássaros loucos
preciso do norte
e de uma abelha
com lábios de pólen
e mamas de mel.
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