Íamos à montanha
Em busca das
serpentes
E desenhávamos um
rio invisível
Nas pedras
adormecidas,
Depois
Descíamos à
aldeia
E nunca
encontramos o sono
Nas mãos de uma
árvore,
Mas víamos as
lágrimas
Que sobejavam
das lareiras da insónia
E deste pequeno
incêndio de tristeza
Acordavam as
estrelas da madrugada,
E ficávamos sem
a madrugada
Como ficamos sem
a lua
Quando este mar
salgado
Se suicidou no
areal da saudade.
Alijó,
21/12/2022
Francisco Luís
Fontinha