Imagino-te sentada na pedra da saudade,
Imagino-te sentada na
pedra da saudade com um livro na mão,
Imagino-te dento do meu
peito,
Enquanto espero o
regresso do mar,
Da janela, que abri para
receber o mar,
Vejo-te sentada, sentada na
pedra da saudade,
Imagino-te suspensa na
insónia,
Imagino-te suspensa na
insónia enquanto a noite me procura,
Enquanto a noite…
Enquanto a noite bate a
todas as portas do silêncio,
E eu,
Escondido dentro de um círculo
de luz,
Imagino-te à janela do
desejo,
Quando a paixão te abraça…
Quando a paixão acorda,
Imagino-te à janela da
paixão na ânsia de que uma estrela te abrace…
Como eu te abraço na
escuridão do Universo,
Imagino-te em pequenos
voos sobre a cidade… com o mar suspenso nos teus lábios,
E com o vento entrelaçado
no teu cabelo,
Imagino a chuva,
Imagino-te a dançar sob a
chuva…
Imagino-te sentada,
Sentada na pedra da
saudade…
Apenas… sentada… apenas
saudade.
Alijó, 19/05/2023
Francisco Luís Fontinha