foto de: A&M ART and Photos
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Sisudo complexado como um piano
triste
velho
desafinado,
Eu um transeunte indefinido correndo
calçadas
bebendo palavras
eu
como tu
mergulhando em lençóis de prazer,
Sisudo tu...
sisudo eu?
Foges
escondes-te nas amarras rochas de arroz
cerras os lábios
e colocas em volta do coração uma
corrente de aço...
uma âncora de sofrimento embebida em
sílabas
foges
sisudo tu...
sisudo?
Inventas-te inventando-me nas paredes
da tua solidão
pareces um barco com asas de gaivota
uma menina saltando à corda junto às
amoreiras em flor...
… sisudo eu
carrancudo perdido como pedra de ruela
varanda com vista para o Oceano
petroleiro da vida...
inventando tu o amor
foges
escondes-te das flores e da miudinha
chuva sobre a madrugada...
foges
sisudo tu...
sisudo?
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó