foto: A&M ART and Photos
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As palavras estonteantes que
prenunciavas na minha ausência
e eu sem o saber acreditava em sonhos
de infância
e cidades de vidro
e noites com lâmpadas mágicas
vestidas com livros de poesia
e manhãs de quinta-feira pobres ou
doentes ou quase nada,
De mim
quando sinto o meu corpo rolar sobre as
rochas de insónia
e mergulhar no líquido viscoso dentro
de uma conduta de cerâmica
oiço-os e sei que me perseguem
como cães raivosos provenientes das
catacumbas do prazer,
Às palavras sem o destino perfume dos
cinzentos fetos despidos como as ervas daninhas
quando caminham pela floresta do medo
sei que eles me perseguem
e que nunca me encontrarão porque há
muito me sinto morto
longe deste silêncio disfarçado de
felicidade...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha