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Fumavam-se com os poemas dele, vivíamos dançando
nas esplanadas dois coirões sem destino algum, parecíamos
vagabundos desnorteados pela fragrância amargurada de uma mala
preta, de cartão, em cio, todos os homens com arames
Às sete horas em ponto,
Foram-se
A ela,
Em Janeiro quando o AL Berto sentia o mar a
entra-lhe pela janela, e hoje
Sem papel não sou corno, resmunga o amigo Nacib
perdoando a Gabriela
Moço Bonitooo,
Com arames de aço disfarçados de abelhas com malas
pretas, e sobre a cabeça
A eterna estupidez,
Melancólica dos gemidos em flores de papel
cansadas, dos gemidos em flores de papel completamente fodidas pela
vaidade que a argila de incenso rompe pelas entranhas das claras
meigas folhas de mangueira quando caiam e sobre o velho triciclo
A ela,
Em Janeiro,
O verão sorria-me e deitava-se sobre mim, em voos
frigoríficos das mangas chapinhando na língua da ave mestra,
vaidosa, burra
A ela,
Quando caiam as perdizes sobre as coxas de uma
triste mala preta, velha, com as coxas desventradas, como eu quando
acordei e olhei-te pela primeira vez, no meu colo, parecias-me uma
amêndoa, feia, ranhosa, burra
Eu
A ela,
“Roça-se na morte como os sonâmbulos desejos que
a noite da cidade atravessa quando caiem as estrelas nas mãos dos
sonhos indeferidos, coitadinha, foram-se as torradas, foram-se as
lanternas da claridade nocturna, coitadinha, foram-se”
A ela e comeram-na como se comiam as sandálias de
couro e os calções com listras em Luanda, e descia a noite, e
descia, e vinha-se
Entre os parêntesis das palavras proibidas.
(texto de ficção não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
Alijó