foto de: A&M ART and Photos
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Não me perguntem porque desejo tanto o
mar
porque sou uma lâmina em papel voando
sobre a alvorada embriagada
não quero pertencer aos corações de
areia
às janelas sem vidros ou... ou com
eles estilhaçados...
não... não me perguntem o que são
noites em solidão
masmorras com sabor a limão
mesas candeeiros e portas de entrada em
constipação...
não me perguntem pelas palavras mortas
suicidadas
esquecidas
velhas...
… ou cansadas,
Não me perguntem pelo verdadeiro amor
embrulhado em lençóis de paixão
não quero saber do luar
da luz
das calçadas com pedras de chorar
não... não me perguntem pelos sábados
à noite entre uísque e lágrimas de poesia
corpos despidos pedindo clemência às
cordas de nylon em fantasia...
… ou cansadas
não
não me perguntem pelas tristes
madrugadas
cintilantes seios no meu peito em
granito censurado...
não me perguntem porque desejo tanto o
mar.
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 12 de Janeiro de 2014