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segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Terra do silêncio


Esta terra entranhada nas raízes do Diabo,

Sonolenta quando acorda o Inverno,

E uma lâmina de lágrimas brota do seu coração,

Saboreia as espadas da dor

No término da tarde onde inventa o silêncio do desejo,

Uma enxada poisa na sombra da terra lavrada,

E o vulto de cigarro em cigarro,

Como uma árvore deitada

Sobre a esplanada da paixão,

Dorme docemente…

Esta terra é íngreme como as montanhas do Adeus,

Sem sorriso,

E do cansaço brilham as estrelas da noite…

A casa gélida, triste,

Murmuram os candeeiros a petróleo nas cicatrizes da incerteza,

O absoluto orgânico melancólico cilíndrico…

Que o peso da lua deixa ficar sobre os envidraçados lábios,

Esta terra de beijos e moradas,

Esta terra queimada pelo incenso do amor

Que em todas as horas desperta como uma criança de luz…

Sinto o brilho dos teus olhos

Nas almofadas do desterro,

E as palavras que semeias…

Habitam este Inferno de viver.

 

 

Francisco Luís Fontinha

05/12/16