terça-feira, 3 de dezembro de 2024

És a espada que acorda o dia e rompe no primeiro instante a terra sagrada,

És a espada que acorda o dia e rompe no primeiro instante a terra sagrada, és a espada

que quase bruma acontece no primeiro decanato da inocência,

também há a partida de um livro para a mão do poeta.


És a espada que acorda o meu olhar quando o meu corpo é uma lâmpada destinada ao fracasso, e que morrerá dentro do possível e invisível milagre da espuma.

Espada és também depois do meu cigarro galgar o teu cabelo e deixar arder o luar na cama acreditando que o mundo é uma mentira de luz.


És a espada que acorda o dia e rompe no primeiro instante a terra sagrada,

que escreve no teu seio os pássaros do meu jardim, depois

lanças sobre o som fatiado o rio que escreve sobre o mar,

dos teus olhos, meu amor


o primeiro barco de sono quase cadáver embrulhado nas pálpebras do gatilho de uma janela.

A espada do sol um poema que seduz a paixão dos viajantes perdidos na camuflada tarde, em que a minha sombra está quase cheia de uma pedra acinzentada molécula e quase a desaparecer no capim branco...


És a espada que modifica o rio recusando beijar a lua, espada nua, fria

tua voz quase tão cristalina como o meu destino mar,


és a espada,

eras o meu sonhar!


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