(para ti, do sorriso de uma lágrima)
Tocam-se os corpos vestidos de
carne-desejo, na pele a espuma sémen de um silêncio
a carícia no seio que dorme sobre a
noite,
os corpos misturam-se na plenitude que a
carne lança contra uma lâmpada em flor,
o veneno esgrima-se na mão do poeta,
e o poeta sofre. O poeta chora.
A púbis da madrugada, descendo a parede
da solidão, a pedra distrai-se na ausência da mão
na ausência da palavra,
deita-se sobre o papel de onde te
escrevo, o sono transporta a morte
e sei que estou vivo
porque uma lágrima brota da minha mão.
Os dois corpos são agora espuma que
incendeia a pele, são mil caravelas sobre o mar em podridão,
os dois corpos escrevem-se ao sabor dos
lábios do luar,
e um só poema perdido
numa cama,
em chamas.
O teu corpo, sobre o meu peito,
um rochedo desenhando sorrisos no meu
sexo.
Sem comentários:
Enviar um comentário