quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Tocam-se os corpos vestidos de carne-desejo, na pele a espuma sémen de um silêncio

 (para ti, do sorriso de uma lágrima)

Tocam-se os corpos vestidos de carne-desejo, na pele a espuma sémen de um silêncio

a carícia no seio que dorme sobre a noite,

os corpos misturam-se na plenitude que a carne lança contra uma lâmpada em flor,

o veneno esgrima-se na mão do poeta,

e o poeta sofre. O poeta chora.

 

A púbis da madrugada, descendo a parede da solidão, a pedra distrai-se na ausência da mão

na ausência da palavra,

deita-se sobre o papel de onde te escrevo, o sono transporta a morte

e sei que estou vivo

porque uma lágrima brota da minha mão.

 

Os dois corpos são agora espuma que incendeia a pele, são mil caravelas sobre o mar em podridão,

os dois corpos escrevem-se ao sabor dos lábios do luar,

e um só poema perdido

numa cama,

em chamas.

O teu corpo, sobre o meu peito,

um rochedo desenhando sorrisos no meu sexo.

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