quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Arde que depois esconde nos olhos da casa

Arde que depois esconde nos olhos da casa o que em nós inventa

e a casa se ausenta

sempre que a tua mão lamenta

sempre que o teu corpo se movimenta


Da boca escorrega o sargaço amanhecer e uma pomba branca

procura no deserto dos teus lábios

o abraço

e a palavra também ausente como a ausentada casa


Cada letra no céu é um pedaço de sono, é também uma casa

cansada

tão cansada como a outra casa

e cada palavra da janela do livro observa o mar


E a casa a que tu pertences

um engano de casa

também ausente

também doente

protegendo a casa doente


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