Acreditava que eras uma
pedra polida vagueando entre silêncios e montanhas de desejo
descias as escadas em
caracol até adormeceres sobre os lençóis de mar
onde se escondiam braços
de amor e beijos desalojados
começavam as chuvas frias
que encobriam a tua pele castanha
como cerejas dentro de um
boião perdido no centro de uma cidade,
Amavas-me loucamente como
se amam as gaivotas e os ventos de Nortada
ouvíamos as luzes dos
guindastes de aço a romperem os verdejantes jardins da Ajuda
e dormíamos enrolados na
neblina do amanhecer
e ninguém nos Ajudava...
havíamos descoberto as
pedras da calçada como se fossem cobertores cinzentos...
Havíamos descoberto os
sonhos invisíveis das praias do abismo
como se fossem cigarros
de brincar
em dedos fictícios
alimentados por laços de papel...
havíamos... acreditava
que eras a noite quando voavas sobre as velas de linho
dos veleiros em madeira e
cansados sobre a mesa da sala...
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