Eterno silêncio do charco
de pedra
com as palavras que
mergulham em lábios de silício
na mão do homem com o
chapéu preto
obliquamente sobre o rio
da morte
às frias folhas de papel
mata-borrão,
Desenho-te na límpida
fragrância do café com natas
enquanto um transeunte
espera impacientemente pelas torradas
e as folhas de papel com
poemas adormecidos
tristes
no cansaço da janela do
beijo,
Subo pelo teu corpo acima
e sento-me em ti adornada
montanha de pele em suor
deito-me sobre as tuas
mãos como se eu fosse um cadáver sem nome
porque deixaste de
prenunciar o verbo meu sofrimento
que ao rio de sangue
embarca até desaparecer no umbigo da noite,
Sabes que sou eu?
o filho indesejado das
palavras começadas por F
e terminadas em OR
eu aquele insignificante
miúdo com calções de areia e sandálias de chocolate
das sanzalas
envergonhadas como os cavalos brancos das invisíveis madrugadas,
Eterno silêncio do charco
de pedra
eterno teu corpo de xisto
embrulhado nos socalcos da dor
miudinha ela a chuva de
alegria
dos teus singelos seios
de neblina
ao cair a tarde no Douro
Rio... no Douro AMOR.
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