Sisudo complexado como um
piano
triste
velho
desafinado,
Eu um transeunte
indefinido correndo calçadas
bebendo palavras
eu
como tu
mergulhando em lençóis de
prazer,
Sisudo tu...
sisudo eu?
Foges
escondes-te nas amarras
rochas de arroz
cerras os lábios
e colocas em volta do
coração uma corrente de aço...
uma âncora de sofrimento
embebida em sílabas
foges
sisudo tu...
sisudo?
Inventas-te inventando-me
nas paredes da tua solidão
pareces um barco com asas
de gaivota
uma menina saltando à
corda junto às amoreiras em flor...
… sisudo eu
carrancudo perdido como
pedra de ruela
varanda com vista para o
Oceano petroleiro da vida...
inventando tu o amor
foges
escondes-te das flores e
da miudinha chuva sobre a madrugada...
foges
sisudo tu...
sisudo?
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