segunda-feira, outubro 07, 2024

Fingindo crescer brincando não brincar

 

Uma tímida mão de porcelana

entranha-se no teu olhar vigilante como as nuvens sem nome

finge-se tudo

até a vida de viver quando se deixou de amar...

finge-se a riqueza

e os silêncios em alto-mar

uma tímida mão

de dedos longos

extintos como a fogueira do teu corpo

fingindo o amor

construindo mentiras sem alicerces

ou sepulturas

uma tímida mão de porcelana

entranha-se

e finge-se tudo

do orgasmo

à chuva miudinha...

aos barcos que se dizem cansados

apodrecidos

enferrujados...

tudo

mesmo tudo

fingido como o miúdo...

fingindo crescer brincando não brincar.

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