Ficcionado eu na tua mão
sideral em pedaços imaginários
de cristal e finos
objectos de luz,
há uma lareira que se
extinguiu dentro do teu peito de caverna inventada
pelas palavras de uma
árvore perdida na montanha,
há ruas que nunca tiveram
saída,
tu sabias,
e nelas continuaste a
caminhar
como... se passeasses
sobre o silêncio mar,
Ficcionado eu nos teus
seios de pano
que serviram para
embrulhar luares e noites de prazer,
há nessas mesmas ruas,
aquelas que nunca tiveram
saída e tu caminhavas,
relógios de pulso e
canções de amargo amor,
e tu sabias
que eu era uma simples
sombra
como um copo moribundo na
mão de uma mulher pintada de negro,
Eras a noite
e aparecias-me quando as
luzes da insónia cessavam,
morriam,
eras a noite que sempre
tive medo
e cobria-me com o
cobertor cinzento...
para que não desses por
mim,
ou descobrisses que o meu
esqueleto em vez de ossos
tinha ficcionado uma
pomba branca cansada de voar.
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