inventaste-me e
inventaste o amor
descreveste no meu corpo
de âncora adormecida
a paixão dos homens
inventaste-me e
esculpiste nos meus lábios a dor
e a melancolia e o
sofrimento...
e o desejo de ser
desejado
pelo desejo inventado
por ti
por ele
pelas sombras que vivem
nas cidades
inventaste-me e
inventaste o amor
e escreveste que eu era
invisível
que eu tinha asas
e pulmões de papel
como os barcos
e as tristes marés
que das tuas mãos
delas
de ti
inventaste-me e
inventaste o amor
e os peregrinos teus
medos no caixão do cio
de ti delas
deles
coitadas das coxas de
água salgada
saltitando entre as
pedras em silêncio
e os corações de inveja
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