quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Os Sábados dos guindastes de solidão

 

Tínhamos os Sábados dos guindastes de solidão

comendo-nos como vampiros solstícios desgovernados

havia em nossos corpos de ébano os silêncios lábios da triste manhã

e percebíamos que as luzes da noite anterior eram apenas cadáveres de areia

brincando nas dunas rochas dos seios madrugar,

 

Transportava-te nos dedos em réstias letras sobejantes dos pobres textos

que o louco EU deixara de escrever nos espelhos da casa dos sonhos

e uma corrente de aço aprisionava o vento marítimo dos barcos em flor...

tínhamos os Sábados dos guindastes de solidão e uma lanterna de paixão

apoderou-se dos meus braços com assentos circunflexos com vírgulas e parágrafos embriagados...

 

Amar-te percebendo que sei que não existo... em ti e

dificilmente (efeito Borboleta) tocarás nos velhos troncos dos plátanos de xisto

que habitam nos meus olhos...

Tínhamos... Sábados em tristes guindastes de solidão

e todos os nossos livros deixaram de ser livros e hoje... pássaros em liberdade.

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