não sabes que o tempo
mata
e a saudade vem
como a chuva depois da
tempestade
como o vento velozmente
nos teus lábios,
não
não sabes que
mata
o tempo
a saudade
a insónia
não sabes que da noite
vêm as tuas mãos acariciar a minha face em migalhas de xisto
triste
vadia
perdidamente só como as
árvores quando dormíamos na floresta dos sonhos
depois de fazermos amor
tínhamos a miudinha chuva
onde nos embrulhávamos como lençóis de água salgada,
galgando muros
terrenos indomáveis
silêncios
amores
e barcos
fundeados na paixão
fumegante dos cigarros invisíveis,
(não sabes que o tempo
mata
e a saudade vem
como a chuva depois da
tempestade
como o vento velozmente
nos teus lábios)
Deitas-te sobre a areia
vermelha
desenhas-me no chão
húmido em finos traços de carvão
há em ti uma tela
esbranquiçada
doente
falida
amada,
amas sei que amas
e sofres
porque sofres
porque és o mar
desenhas-me e deitas-te
sobre a areia vermelha
iludes-te
e desiludes-me
como uma criança sem
perceber que o Pôr-do-Sol é de chocolate...
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