terça-feira, 15 de outubro de 2024

Nostalgia

 

Nostalgia quando descem sombras de amanhecer

sobre as pedras cansadas da calçada

nostalgia de perceber que o vento jamais soprará... como tu

jamais

nunca

caminharás nos braços da praia,

 

Inventar o amor

onde a mãe Natureza colocou a fantasia

e a penumbra

e jardins que só o Inverno consegue alimentar

inventar o beijo

nos lábios de uma flor...

 

Nostalgia quando... amanhecer

sobre silêncios e corações de areia

nostalgia de perder-te entre as nuvens de Agosto

num longínquo País sem fronteiras

onde o amor é livre

e todos os barcos carregam sobre os ombros a culpa da despedida,

 

Nostalgia de olhar

todos os dias

uma corrente de aço que me aprisiona a um cais esquecido numa qualquer rua de Luanda...

e das minhas pálpebras dilaceradas vejo os desenhos da alvorada

como se regressasse o teu corpo de papel

aos meus verdes olhos do chocolate derretido sobre os teus seios de amêndoa...

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