terça-feira, 15 de outubro de 2024

Navegantes sorrisos

 

Os desencontros dos navegantes sorrisos

da sua boca o desassossego em preguiça

os meus teus lábios voando sobre as calçadas do silêncio

entre medos

degredos

teus luxos segredos

quando um cortinado se desperdiça à janela da solidão

e a tempestade avança contra nós e tomba no chão,

 

Os espelhos dos teus seios como coloridas manhãs de Primavera

havíamos plantado árvores de brincar

tínhamos bancos de sentar

como inventada madeira

saltitando nervos dos horóscopos aquários

eu vagabundo

eu imundo... sorrindo cansaços marasmáticos em saliva amanhecer

e oiço a tua sóbria voz no meu peito de xisto,

 

Tinhas na boca a minha boca em papel cremado

sentia a tua língua em poesia escrevendo versos no meu pescoço...

pegava-te na mão dilacerada e esperava pelas tuas doçuras coxas

inventávamos areia sobre os lençóis de linho

e desciam as estrelas sobre os nossos corpos em delírio

coisas em coisas como tinta numa tela encarcerada dentro da prisão dos húmidos desejos

e havíamos esgotado todos os livros e marés de ninguém

e tínhamos um cubículo de fome só nosso... como flores esquecidas na jarra sobre a mesa-de-cabeceira....

Sem comentários:

Enviar um comentário