Não me fazes sentido
ouvir-te mergulhada em
palavras não ditas
quando o divã das tardes
perdidas navega na seara da insónia
ouvir-te ou não te ouvir...
voando como cigarras debaixo das nuvens cinzentas
não me fazes sentido
porque os livros morrem
nas encostas dos teus olhos navegáveis,
Os barcos tuas mãos com
velas em desejo
descendo cuidadosamente
os trilhos da calçada portuguesa... o cais
e as distintas amarras
que o nylon transforma em pedaços de aço
em beijos
os barcos salgados das
páginas amarrotadas tua pele...
folheio-as e preciso de
ancorar nos teus seios com janelas para o mar,
Não me fazes recordar as
montanhas cobertas de neve
não vejo os navios das
tuas pálpebras brincando nas areias brancas
que as tuas coxas
escondiam como serpentes embalsamadas...
não
não o quero porque sou um
peixe invisível com asas de perdão
e carapaça escorregadia à
deriva sobre os teus cabelos de vento...
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