sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Maré de Outubro

 

Oiço-te as palavras amargas

saltitando dentro de um cubo gelatinoso

ao vidro vêm as sílabas dos suspiros da manhã

às páginas em pétalas adormecidas

é no cansaço da vida que acorda a maré de Outubro

e os pilares de aço que sustentam as arcadas imaginárias dos barcos

dormem

tombam nos jardins cobertos de nuvens

 

peço às gaivotas que me deixem caminhar sobre o manto vertical de espuma

em cristais de iodo e sorrisos de silício

 

papeis dispersos nas ruas desenhadas nos lábios da cidade

em compasso

dormem

tombam nos jardins cobertos de nuvens

 

as tuas mãos de Primavera.

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