acreditava e não
percebendo porque os olhos do meu amor
não são estrelas
cores
desenhos entalados nas
fendas dos tristes murais de areia...
acreditava que vivias no
silêncio
como
provavelmente tu também
pensavas acreditar
que sendo eu filho de uma
árvore e dos restos finados do capim...
um dia hoje amanhã quem
sabe
acreditávamos
voar sobre as tão
distantes palavras de nós
proferidas pelas
gargantas humilhadas na miudinha chuva de Maio,
tão pouco sei se tenho
amor
ou um esqueleto
embrulhado em cristais poemas
sobre a tempestade dos
arames onde suspendo a minha roupa depois de lavada,
acreditava,
e tão pouco percebo a tua
existência
e entendo-a como uma
sombra plantada no vento
ou como um barco rabelo
semeado nos socalcos do sonho
correndo madrugadas
e inventando dores
cansaços
e... tão pouco sei se és
o meu amor
ou se sou eu o amor sem
amor,
acreditava não acreditar
em palavras
parvas
obscenas
inscrições maternas na
palma da minha mão
e feliz eu contente
por perceber que ainda
tenho mão
e mãe
… quanto às palavras e ao
amor... auto-suspendo-me das funções que me foram confiadas.
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