Um vulcão de segredos
absorve-te do laminado silêncio
das mortas palavras
que o amor dita enquanto
lá fora gotas de orvalho
nascem e morrem
nos olhos da noite,
Procuro-te ensanguentado
entre o fumo invisível do teu cigarro
quando ainda passavas
horas a fumar
a ler
e a escrever
a amar-me como se ama uma
mulher,
A brincar com todas as
flores dos jardins da cidade
e te sentavas no cais a
contar os barcos que entravam e saiam da barra
com ou sem
tanto faz o destino
ao homem antes de morrer,
Pedias torradas
chá
mais tarde vinha ter
contigo um café
onde depois de
mergulhares na cafeína incandescente das estrelas de sonhar...
adormecias loucamente nos
meus braços finos,
Agrestes
de pele escura e límpida
como as algas da madrugada
sentia-te dentro dos meus
seios
como se fosses uma nuvem
ou uma esponja com lábios
de fim de tarde no cais de Alcântara.
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