Tinhas-me prometido o
sono
o sossego
e o negro
que alimenta a noite de
ti,
tinhas-me prometido o
silêncio
e as pequenas árvores do
bosque
perto
antes do amanhecer
acordar e levar-te,
Tinhas-me a mim
e trocaste-me por um
velho espelho recheado de ranhuras...
tinhas-me prometido o
desejo
e apenas cacos e pedaços
de beijos sobejaram sobre a mesa da sala,
tinhas-me e nada de ti
era a verdade
nunca tivemos manhã
nunca existiu em nós
alegres madrugadas...
tinhas-me e deixaste-me
fugir pela fechadura do medo,
tinhas-me prometido o
prometido
as palavras que escrevo
que tenho medo de
escrever e
as palavras vorazes como
um rio em ti perdido,
tinhas
tinhas-me prometido o
sono
o sossego
o desejo,
(e o negro
que alimenta a noite de
ti)
tinhas-me prometido o
fogo
e todas as lareiras de
todas as bibliotecas das casas abandonadas
tinhas-me
e deixaste-me suspenso no
tecto da insónia...
Sem comentários:
Enviar um comentário