... e ardes como pedaços
de papel sobrevoando a poeira madrugada dos livros envenenados...
o putrefacto poema
vagueia como infinitos gemidos suspensos na árvore do desejo
dormem como cadeiras
vazias as lâmpadas húmidas do corpo teu mergulhado em sons melódicos
ardes como os beijos
que nascem nos lábios do
amanhecer,
Amor mergulhado em
silêncio poeira que a insónia deixa nas flores com esqueleto de pedra...
uma mão traiçoeira sobe
cuidadosamente os degraus da manhã de porcelana
… e ardes
como invisíveis sílabas
na lareira da fome
ou de uma janela o
cansaço viver como cordas de nylon em pingos de sémen,
Oiço-te na sonolenta
despedida do calendário de parede
e ardes...
como pequenas palavras em
suor teus seios de ébano
percebo o teu olhar entre
as cinzas da lareira nocturna...
nas flores com esqueleto
de pedra encarnada,
… e ardes
dos livros envenenados...
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