Embebida nas drogas
sintéticas do desejo
há palavras que brotam em
teus alicerçados lábios de amanhecer
como pedaços de papel
suspensos de um velho livro de poemas
há uma cadeira vazia onde
te sentavas
e deixaram de existir os
gemidos gonzos perdidos de ti,
Saboreando eu as ditas
embebidas na tua doce boca
ou quando acorda o botão
de rosa
e sabes que vem do
espelho cinzento o vento que te enlaça
e enrola nos cordões de
aço
sobre o rio em delírios
nocturnos,
Abres as janelas das
cinco torres de neblina
que sobejaram da alegre
tempestade de alento
sabes que parti porque
sou como as gaivotas
voando de mastro em
mastro
em busca de alimento,
Sou
sou um falso carvão filho
de um medíocre carvoeiro
que corre as ruelas da
cidade numa bicicleta antiquada
não estou habituado a
alimentar-me como as pessoas comuns
talvez porque eu não seja
humano… talvez porque eu sou um normal carvão,
Sem coração
profano
embebida nas drogas
sintéticas do desejo
ela a Rainha das
madrugadas em poesia
saltando de vez em quando
os tristes muros da insónia...
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