sábado, outubro 12, 2024

A voz

 

Oiço a voz cansada da solidão

oiço a madrugada

poisada na minha mão

e suspiros de menta

e algodão suspiros

de quem não aguenta

a tarde em cansaços

poucos abraços

nos lábios em maldição

oiço a madrugada

oiço a madrugada da solidão

e suspiros de menta

quando uma bela flor

quando oiço a madrugada

sentada à janela

e o cortinado em clamor

afugenta

tão estranha dor

ser pedra de calçada

ou berma de estrada

ser engenheiro ou doutor

ou não ser nada.

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